BIDI - Encontro Íntimo - Parte 1 - Tunísia, 7 de outubro de 2025

  

Áudio Original :

https://apotheose.live/blog/2025/10/07/bidi-rencontre-intimiste-nabeul-tunisie-partie-1-7-octobre-2025/





BIDI
Encontro Íntimo
Parte 1

Tunísia, 7 de outubro de 2025



Bem, BIDI está com vocês e os saúda.

Todos: Bom dia, BIDI.

Bidi: Bom dia a todos.

Bem, parece que vamos passar um bom momento juntos. Espero que seja proveitoso para vocês, e vamos poder começar a trocar ideias, depoimentos, perguntas, respostas, tudo o que quiserem.

Eu os escuto.

Irmã: Olá, Bidi. Tenho uma pergunta a fazer-lhe.

Bidi: Estou lhe ouvindo.

Irmã: Em um casal, o outro é meu espelho ou o outro sou eu?

Bidi: Existe espelho enquanto você acredita que existe alguém. Quando você compreende que o outro é você ao vivê-lo, não se trata mais, é claro, de uma imagem no espelho, mas quase de um mecanismo de fusão. Você não é uma fusão sexual, mas uma fusão da essência de um e do outro.

Estou falando, evidentemente, de um casal que teria, não o mesmo objetivo, mas a mesma vibração, além dos sentidos físicos, além da idade, além da sedução, além da procriação. Esclareço que basta que um dos dois viva o estado do Real para que o outro seja literalmente imerso nele, seja pelos sentidos, pelas palavras, pelos olhares, pelo contato e até mesmo através da distância.

Trata-se, evidentemente, diria eu, de uma relação de casal em harmonia. O problema é que, na maioria das vezes, num casal, mesmo que exista uma harmonia real, esse mecanismo de fusão das essências não está, propriamente dito, presente, por uma razão extremamente simples.

Em geral, um casal se forma por ressonância vital. E, evidentemente, nessa ressonância vital, há partes da memória, partes da história que são comuns, não necessariamente através de uma vida passada, mas através de feridas vividas na primeira infância, que se refletem efetivamente nesse caso como um espelho, mas eu diria mais como uma ressonância. O defeito atrai o defeito, o excesso atrai o excesso. Isso pode ser um fator de resolução comum ou um fator de oposição. É na própria história do casal que se forma ou que se formou que essas feridas comuns podem ser resolvidas ou, pelo contrário, agravadas.

Como todos sabem, um relacionamento de casal, e posso falar sobre isso porque fui casado, é uma oportunidade para descobrir os seus limites e não os limites do outro. É uma forma de se confrontar, sem se opor, para compreender os mecanismos íntimos da relação, mas também, infelizmente, as feridas comuns vividas na primeira infância, antes dos seis ou sete anos.

Existe realmente uma ressonância, uma simpatia que surge quando se carrega a mesma marca, a mesma ferida, muito mais do que os mesmos objetivos, muito mais do que uma relação de alma gêmea ou qualquer outra coisa. Assim é a natureza humana, com suas limitações, suas lutas, suas alegrias e suas dores.

A resposta que dei é, evidentemente, muito genérica, mas aplica-se tanto ao Oriente como ao Ocidente, ou a qualquer outro lugar, seja nas florestas da América Latina, nos países asiáticos ou em qualquer outro lugar, pois a dinâmica é sempre, sempre a mesma.

A maioria dos sábios do Oriente e do Ocidente não se casou, porque esse era o seu caminho e porque, na verdade, a vida a dois, mesmo em caso de total harmonia, é um desafio. O desafio se situa em todos os níveis, vai muito além do que vocês chamam de fidelidade, mas mais da capacidade empática, da capacidade de se doar, desde que isso seja recíproco.

O casal é um meio de transformação da pessoa, e você sabe muito bem que a fusão com o Real não depende nem do outro, nem de você. A relação, tal como acabamos de tentar abordá-la, é antes de tudo um fenômeno que diz respeito à pessoa, que diz respeito à alma, às vezes ao espírito, mas não diz respeito ao Real.

O Real é totalmente independente da noção de criança, da noção de casal, da própria noção de profissão. O Real não depende de uma relação, não depende de uma comunicação e também não depende do que, em raros casos, denominei a fusão das duas essências.

De forma muito mais arquetípica, a busca, o desejo de estar em um relacionamento ou de formar um casal, traduz, nesse plano arquetípico, apenas a busca pelo outro de polaridade oposta e complementar. Essa busca pela complementaridade se deve ao fato de que tanto o homem quanto a mulher se sentem incompletos sem seu complemento. Isso está inscrito na lógica da vida nesta Terra, onde predominam, é claro, de forma quase exclusiva, a dualidade e também a complementaridade.

É importante que cada um identifique suas próprias deficiências e pontos fortes no funcionamento de um casal. Falei sobre a complementaridade entre homem e mulher, e é exatamente a mesma complementaridade que poderia existir em um relacionamento entre dois homens ou duas mulheres, um desempenhando o papel de yang e o outro, o papel de yin.

Não se pode juntar dois yang, não se pode juntar dois yin, mesmo que sejam duas mulheres, uma delas é portadora do yang e a outra é portadora do yin. O mesmo se aplica aos casais de homens.

É preciso compreender bem essa noção de sensação de falta, de não complementaridade ligada exclusivamente, neste mundo, à perda da androginia, ou seja, ao retorno à assexualidade.

Nos planos do sonho, digamos mais elevados, mais expandidos, não existem propriamente casais, mas existe também uma certa forma de complementaridade. Em sistemas solares de sonhos diferentes deste, existem sistemas de consciências encarnadas cuja natureza global pode ser mais feminina ou mais masculina.

Em Sirius, vocês ouviram falar das mães geneticistas, mas elas nunca lhes falaram de qualquer complementaridade além da co-criação das mães geneticistas da criação da vida, não em um útero que não existe, mas no seio de um arranjo energético chamado planeta.

No sonho da criação, no primeiro sopro como no último sopro, há primeiro uma fragmentação em yin e yang. No mecanismo do Omega, esse yin e esse yang devem se fundir novamente.

Talvez tenham aprendido ou vivenciado com os Anciãos o princípio da ativação dos novos corpos, em particular aquele mencionado localizado no nariz, que corresponde ao andrógino primordial, onde não pode mais haver confronto, onde não pode mais haver complementaridade e onde não pode mais haver espelho.

Mas, na precipitação da criação dentro do sonho, você chega ao nível mais denso, tendo uma forma profundamente diferente em todos os níveis de funcionamento entre o homem e a mulher. É esse sentimento inscrito no próprio ato da criação que leva a maioria de nós a procurar um cônjuge.

Infelizmente, as feridas comuns e presentes em toda a humanidade durante a encarnação, e não estou falando de qualquer passado, mas da descida e do nascimento da consciência corporal, onde, além das informações do pai e da mãe, são transmitidas essas memórias que estão diretamente relacionadas com o que foi chamado por Abba de anomalia primária, que dividiu e separou o andrógino primordial.

Isso é o que posso dizer com base em dados gerais sobre o conceito de casais, aqui na Terra.

Por fim, gostaria de esclarecer, e reitero de outra forma, que se um dos dois membros de um casal vive o Real, não há presença de ferida, e o outro, seja homem ou mulher, pode por vezes não suportar precisamente essa ausência de ferida comum, a um nível inconsciente, o que pode levar à ruptura do casal. Mas isso não é sistemático.

Eu diria que quem vive o Real, em geral, não precisa de ruptura, não precisa de quebra, porque aceita o que é. Isso pode ser confuso para o outro ou, pelo contrário, também um fator de realização pessoal.

Mas nunca se esqueça de que, seja qual for o casal, seja ele um casal místico ligado ao que foi chamado de chamas gêmeas, seja uma relação de casal ligada à noção de alma gêmea, e portanto de ter cruzado essa essência em outros papéis, em outras vidas, e depois relações que eu qualificaria de padrão, onde desenvolvi essa noção de busca de complementaridade, por essa noção de falta que é muito mais do que um impulso, um impulso sexual ou outro, ou afetivo, mas que está inscrito não na memória, mas na própria estrutura desse saco de carne.

A partir daí, neste momento, você percebe, na maioria das vezes, mudanças na maneira como você encara, como você vê o relacionamento. Portanto, objetivamente, mesmo em casais que não sabem de nada e que não vivem nada em relação ao Real, é claro, mesmo nesses casais, a presença cada vez mais urgente do Testemunho ou Observador leva a uma mudança de ponto de vista na própria natureza do relacionamento.

Não estou falando aqui de rompimento ou continuidade de um casal, mas sim de uma nova compreensão do que aquele que vive o Real espera, deseja ou projeta dentro de um relacionamento.

Se tiverem mais perguntas sobre este assunto, ficarei feliz em tentar esclarecê-las.

Lembro-lhe também que o afetivo, o social, o amor dentro de um casal, os sentidos, só existem em relação a essa falta sobre a qual você não pode fazer nada. Não se trata aqui de uma ferida, mas sim de uma constituição complementar e oposta, com uma orientação da energia, e também da consciência, que são diferentes.

Você poderia dizer, por exemplo, que eu formaria um casal perfeito com Mâ Ananda. Acho que nosso casamento não duraria mais do que cinco dias! Porque, tendo alcançado o Eu e alcançado o Real, não encontraríamos nenhum interesse, nenhuma vantagem nem nenhum prazer em viver como casal, apesar de uma certa complementaridade em todos os níveis.

Gostaria de esclarecer que... diria que, para a maioria dos irmãos e irmãs, estar em um relacionamento não favorece de forma alguma o despertar ou a lembrança do Real, mas favorece, em certa medida, a compreensão do relacionamento, a compreensão das feridas, na maioria das vezes comuns, e a compreensão real do que é o afeto, do que é a sexualidade, do que é a doação de si mesmo, ou mesmo a comunhão, seja ela sexual, do coração ou do espírito.

Podemos continuar.

Irmão: Uma pergunta, Bidi.

Bidi: Estamos ouvindo.

Irmão: Na sequência do que acabou de ser dito, a vida a dois é uma vantagem para a resolução da questão do andrógino primordial?

Bidi: Não é nem uma vantagem nem um obstáculo. É profundamente diferente para cada relação de casal. Em nenhum caso o outro pode representar um obstáculo ao fato de ser Liberado. Como eu disse, trata-se mais de uma noção de harmonia dos corpos, da energia, do coração, da química sexual ou sensitiva. Estar em um relacionamento, repito mais uma vez, não é nem uma vantagem nem um obstáculo. O Real não se preocupa com a noção de casal, com a noção de sexo, com a noção de idade, com a noção de experiência.

O Real não depende de nenhum aspecto. O único trunfo para viver o Real é, como sempre, a aceitação de tudo o que é como é. É uma compreensão profunda de que você não pode mudar nada do que você mesmo escreveu. O casal, em outras palavras, não está preocupado com o acesso ao Real. No máximo, pode-se dizer, como eu disse há pouco, que se um dos dois vive o Real e há harmonia, nesse momento isso pode ser uma vantagem, mas não um trunfo, já que o Real já está realizado.

Mas não contem com ninguém além de vocês mesmos para viver o Real, nem com um pai, nem com um filho, nem com um mestre declarado como tal, nem com seu marido, nem com sua esposa. Não se trata da mesma vida.

É claro que, em alguns casos, compreender suas feridas, vê-las, devido à diferença de ponto de vista, pode ser um fator e não uma vantagem, mas digamos um fator que o levará a superar seu personagem e até mesmo sua história de casal, sem falar em separação ou continuidade.

O Real é descoberto e vivido sozinho, esteja você rodeado por vários filhos, vários membros da sua família ou simplesmente em um relacionamento. Em resumo, o casal não pode ser afetado pelo acesso ao Real. Gostaria também de esclarecer que aquele que vive o Real não está mais preocupado com suas próprias feridas, uma vez que não é mais um personagem, e muito menos preocupado com as feridas do outro. Sua simples presença, seu simples silêncio, suas simples manifestações de atenção ao outro são suficientes nessa relação para, digamos, melhorá-la, sublimá-la.

Mas nunca considerem que apenas me ouvir é um trunfo para viver o Real. O Real, mais uma vez, depende apenas da sua capacidade, da sua vontade, da sua sinceridade em viver esse Real. E para isso, como você sabe, já falamos sobre isso durante anos, você não é esse corpo, você não é essa consciência. Portanto, mais uma vez, o que venho desenvolvendo há algum tempo diz respeito à vida dentro da Ilusão, não diz respeito de forma alguma ao acesso ao Real.

Mas isso também não é um obstáculo. Eu diria até que, às vezes, essa noção de obstáculo, que você pode vivenciar de um lado em relação ao outro, também pode ser um fator para superar o vínculo, colocando você ainda mais na posição de observador, não para criticar, não para aprovar, mas simplesmente para ver as coisas como elas são, sem projeção, sem desejo e além dessa noção de relacionamento.

...Silêncio…

Irmão: Bom dia, Bidi.

Bidi: Bom dia.

Irmão: Eu gostaria apenas de voltar talvez... ontem  OMA falava, porque as pessoas diziam que tinham certas situações físicas, e naquele momento falávamos um pouco sobre alquimia, fusão... Em relação a tudo isso, você poderia também dar alguma explicação? Era um pouco sobre a transformação que estávamos vivendo aí.

Bidi: Ou seja, o Comandante explicou-lhe o processo de fusão do Corpo da Eternidade com o corpo físico? É disso que você está falando?

Irmão: Sim, é isso mesmo.

Outro Irmão: Sim, é isso mesmo, que estava ativo neste momento.

Bidi: E o que mais você quer saber?

Irmão: Bem, se você tivesse outras informações ou uma maneira de abordá-lo também, à sua maneira.

Bidi: No absoluto, não nos importamos com isso!

Irmão: É verdade.

Bidi: Em termos relativos, esse conhecimento favorece a Experiência e a Integração, em vez de fazer perguntas, perguntando se você não tem um problema médico em um dos três focos. Acho que ele os informou sobre isso, devido aos processos em andamento atualmente, para dizer que esse processo não causa nenhuma morbidez, a não ser aquela que vocês mesmos podem criar por meio do medo e da incompreensão do que está sendo vivido.

O que significa, entre outras coisas, que o seu medo ou incompreensão são simplesmente a tradução de que você não se abandonou suficientemente ao desconhecido.

Entregar-se ao desconhecido nos casos em que ocorrem os tipos de manifestações que lhe foram descritas pelo Comandante não consiste em saber porquê ou imaginar uma patologia, ou algo que não seja energético ou vibratório, mas também, neste caso, em ser observador disso, sem se envolver intelectualmente, sem ter emoção ao pensar, como eu disse, por exemplo, a uma doença.

Mas, no que diz respeito às informações comunicadas, não tenho nada mais a acrescentar.

Irmão: Tudo bem, obrigado a você.

Bidi: Obrigado a você.

Vocês sabem muito bem que, durante minha encarnação, nunca falei sobre chakras, energia e outros planos. Porque todos os outros planos e todas essas energias, quaisquer que sejam, fazem parte do sonho, sem exceção. O Real não tem vibração, nem energia, nem forma, nem luz, nem amor, e, no entanto, contém tudo isso.

Hoje, exceto como eu disse para aqueles que têm medo ou que se questionam um pouco demais sobre sua saúde, não há nada mais a fazer do que deixar acontecer o que tem que acontecer. Sem vocês. Como o Comandante explicou logo em seguida, vocês não estão mais nos momentos em que sua consciência deve se concentrar em um processo vibral, seja ele o mais nobre, como a Coroa Ascensionada do Coração, vocês simplesmente têm que deixar acontecer o que está acontecendo.

Isso vale tanto para o mecanismo mencionado ontem pelo Comandante quanto para todos os atos da sua vida. Em outras palavras, quanto mais você deixa fluir, menos reage, mais está disponível para deixar acontecer o que não precisa de você, especialmente não precisa de você. Nem mesmo o observador é necessário. Não se preocupem mais, em sua vida cotidiana, com suas percepções, suas vibrações, suas energias. Sejam o mais natural possível em sua humanidade e em seu saco de carne. Essa é a melhor maneira de demonstrar, a vocês mesmos, sua Aceitação, sua rendição em algum lugar.

Compreender que você não pode fazer nada, compreender que todo o conhecimento adquirido ou vivido não lhe serve mais para nada. Somente a humildade, somente o acolhimento, a simplicidade, somente o posicionamento no aqui e agora, hoje, permitem que você se estabeleça depois de se lembrar do que você era, do que você é e do que você será, deixando-os emergir. Você não pode controlar, mesmo aquilo que pensava controlar na véspera de vivê-lo.

A espontaneidade também é essencial, seja para se expressar, seja para compreender, não faça esforço. Deixe as coisas se revelarem por si mesmas. E, de qualquer forma, mesmo que as coisas que devem se revelar não se revelem, isso não tem importância. É a qualidade do seu acolhimento, a qualidade da sua transparência, a qualidade da sua humanidade, da sua humildade e da sua humanidade, que permite que o Real esteja presente. Qualquer esforço que você faça é, na verdade, um obstáculo.

Para usar suas próprias palavras, tudo o que você abre mão e deixa acontecer sem você é um trunfo.

É preciso vivenciar para compreender. É preciso vivenciar pelo menos uma vez para aceitar. Compreender que você não pode fazer nada liberta você da ideia de fazer, da ideia de esforço, da ideia de querer transformar alguma coisa. A Verdadeira Liberdade está aí. O Jnani sabe perfeitamente que não pode mudar nada.

Quando eu estava encarnado, muitas vezes me perguntaram sobre minha indiferença ao sofrimento, porque o sofrimento diz respeito apenas ao sonho. Não se trata de ignorá-lo no outro. Podemos eventualmente ter compaixão. Mas o Jnani, sabendo profundamente que tudo isso não passa de um jogo, uma cena de teatro, sabe muito bem que não adianta querer mudar o outro. E que o melhor lugar para o Jnani é o do Real e do que ele é, que atuará, se assim posso dizer, através dele, muito além das palavras, dos conselhos ou das intervenções, sejam elas energéticas, vibracionais ou com palavras.

Eu sempre levava os participantes que vinham me encontrar ao Real. Eu eliminava, e ainda hoje elimino voluntariamente, tudo o que era intermediário. É claro que respondo às suas perguntas, mas demonstro efetivamente que, no final, isso não serve para nada. Quanto mais você se liberta, mais você aceita, mais você está suscetível de recuperar a memória de quem você é.

Isso não diz mais respeito apenas ao domínio da pesquisa espiritual e diz respeito, e dirá cada vez mais respeito, à sua vida dentro do saco de carne. Isso foi nomeado por outros, e eu retomo essa expressão de bom grado, isso se chama Indiferença Divina. Porque, quando você está nessa Indiferença Divina em relação ao sofrimento de uma criança, de um ente querido, de um país, então você vai, literalmente, absorver sem danos uma parte desse sofrimento, mas sem querer suprimi-lo, sem querer corrigi-lo, de forma alguma.

É o silêncio que vocês fazem, independentemente dos seus pensamentos, independentemente mesmo dos seus sentimentos de empatia por esse sofrimento, que realiza o trabalho. Você aliviará mil vezes mais o sofrimento do mundo sendo você mesmo, em vez de denunciar o opressor ou o tirano, demonstrando assim os efeitos dessa Divina Indiferença. Omraam teria dito várias vezes em termos um pouco mais triviais: “Cuide da sua vida!” E é isso.

Não se esqueçam de que a sociabilidade, as relações mundanas, as conversas banais sobre coisas e outras, são simplesmente tagarelices que os impedem de serem vocês mesmos, mesmo que participem delas e, sobretudo, se gostem delas. É claro que não se trata de recusar todo diálogo, não se trata de se fechar em uma caverna ou em uma torre de marfim, mas sim de perceber concretamente que essa é a melhor solução, tanto para você quanto para o outro.

O mundo passa o tempo discutindo. O mundo passa o tempo discutindo o que acontece na vida, nessa cena de teatro, no país, na conta bancária, no relacionamento com os outros, mas isso são conversas fiadas sobre a pessoa. O que você é não tem nada a ver com isso. Mas isso o distrai e, na maioria das vezes, faz você esquecer quem você é.

É por isso que o Comandante pediu que vocês tivessem momentos de descanso, de contato com a natureza, de imobilidade, que encontrassem tempo para vocês mesmos e não dedicassem seus dias a discussões estéreis, tanto sobre cometas, relacionamentos amorosos ou qualquer outra coisa, mas sim para compreender o que estou dizendo agora. Enquanto existir uma necessidade de resolução, uma necessidade de compreensão para vocês, para o outro, vocês simplesmente não estarão disponíveis para viver o Real.

As coisas são diferentes quando você vive o Real, você se entrega ao jogo. O que eu fazia durante minha encarnação e o que tenho feito com vocês há anos, como expliquei, porque o poder da minha Voz e da minha Presença vem destruir seus conceitos, destruir seu chakra da garganta para libertar o corpo causal e permitir que vocês se dediquem ao seu único objetivo real nesta cena teatral: reencontrarem-se, nada mais! Todo o resto, mesmo ganhar a vida, que é tão importante, mesmo o fato de estar em um relacionamento, que pode ser tão importante, não passa de um capricho de criança que ainda não compreendeu e viveu o que é!

E isso é normal. Porque a vida aqui na Terra, dentro desse sonho, leva você sistematicamente para fora de si mesmo, seja através das telas, seja através do conhecimento, seja através da energia, seja através do vibral, seja através do Supramental, não tem mais nenhum interesse para o Jnani, absolutamente nenhum. É assim que o pesquisador se extingue por si mesmo. Como já dissemos, vocês são de toda a Eternidade, no seio das rondas dos mundos do sonho. O que vocês procuram? Vocês procuram a si mesmos. E ao procurarem a si mesmos, vocês não podem se encontrar. É impossível.

É por isso que, durante esse período, é indispensável, mesmo que você já seja o Jnani, conceder a si mesmo momentos de calma, paz, solidão, silêncio, comunhão com o que resta da natureza, para não se perder nas tagarelices. Você já tem obrigações materiais suficientes com este saco de carne; é preciso escovar os dentes, alimentar este saco, eliminar os resíduos, pensar em tantas coisas na vida ocidental, que tudo é feito pela sociedade, pela própria vida neste mundo, para desviar você do Real.

Se um número suficiente de pessoas vivesse o Real, a criação desapareceria imediatamente. O sonho se apagaria instantaneamente, de forma coletiva. Vocês mantêm, e todos nós mantivemos, a estrutura do sonho, da ilusão, por meio de nossas pesquisas, pela própria organização da sociedade, pelo fato de serem casados, de terem descendência, pelo fato de terem que ganhar a vida e ter que cuidar, concretamente, desse corpo, e da sua carteira, e do seu marido, e dos seus filhos, e da conta de luz a pagar.

Além disso, hoje, é claro, como já havia sido avisado tanto pelo Comandante, desde 2009, quanto pelo Irmão K.: o peso das telas. Uma tela, uma imagem, fazem barreira para o Real. Uma imagem, uma visão, uma publicidade fazem barreira ao Real. É uma distração obrigatória que faz parte do aprisionamento e da dualidade para evitar que vocês sejam vocês mesmos. Se vocês fossem vocês mesmos, o mundo desapareceria instantaneamente, como todas as noites quando vocês adormecem, mas desta vez à escala de toda a criação.

E, como disse o Comandante: “É aqui, nesta Terra, que se resolve a fraude da criação, a fraude da espiritualidade e a doença suprema que é a consciência.”

Tudo isso não passa de distração, obstáculos também. Não há nada. Não há ninguém. E, no entanto, você está lá até o fim de seu personagem. A consciência foi literalmente secretada pelo corpo. Quando o corpo se extingue, a consciência corporal se extingue. Você retorna aos níveis mais sutis de consciência, que também são um sonho, até o momento em que compreende a farsa. A espiritualidade, suas telas, suas imagens, sua vida, sua sociedade, onde quer que você esteja neste mundo, são obstáculos.

Não estou pedindo que você se torne um eremita novamente, mas que seja lúcido sobre esses elementos. Isso não exige uma exclusão da sua vida, mas uma transcendência da sua vida, uma superação da sua vida.

Mas enquanto você não compreender que, mesmo hoje, tudo o que facilita sua vida, de forma real e concreta, - há dois séculos, para ter água, era preciso ir buscá-la; hoje, você abre uma torneira e a água está lá, você aperta um botão e a luz está lá -, mas todas essas facilidades reais da sua vida dentro do sonho não ajudaram em nada a encontrá-lo. Elas facilitaram o sonho e nada mais. Sejam lúcidos quanto a isso. Se não houvesse aviões, vocês não estariam aqui. Se não houvesse carros, vocês não poderiam se deslocar para lugares distantes.

O que é importante? É a implantação e o desenvolvimento da modernidade e do conhecimento deste sistema solar? Ou O Que Vocês São? Façam sempre essa pergunta a si mesmos, neste período em que o observador, sem ser reconhecido, se manifesta. Isso acontece com todos vocês, mesmo que não estejam liberados ou realizados, no nível da escolha: o mais importante é não serem levados para outro lugar que não seja onde vocês estão, ou seja, no Coração do seu Coração, pelas imagens, pelas telas, pelos relacionamentos, pela sociedade, pelas suas próprias responsabilidades.

O Jnani sabe sempre que é o Jnani, mesmo que tenha de arar um campo, mesmo que tenha de enterrar o seu cônjuge, mesmo que lhe cortem uma perna, mesmo que tenha de morrer. Acha que fui afetado pela minha morte? Mas nem por isso! Não fui eu que apareci neste corpo, foi a consciência deste corpo que apareceu em mim. É profundamente diferente. O Jnani está permanentemente lúcido sobre o que é, quaisquer que sejam os inconvenientes, quaisquer que sejam as vantagens da sua vida, ele não julga, não procura melhorá-los, aceita tudo o que acontece tal como acontece.

Em outras ocasiões, um Arcanjo falou- lhes sobre fluidez, sobre Unidade. Outros falaram- lhes sobre sincronicidade, sobre hiper-sincronicidade. Isso é quando o jogo se revela, j-e-u (NT: jogo em francês), quando o palco do teatro é visto. Mas é só isso! Vocês não precisam se distrair. Vocês podem muito bem assistir a um filme, fazer amor, ir ao banco ou tratar de assuntos pessoais e permanecer no Real. E vocês saberão disso. Mas observem o número de eventos em suas vidas que os levam para fora de vocês mesmos, mesmo que, é claro, consigam se recolocar cada vez mais facilmente.

Você deve, realmente, ver, compreender e viver que todas as suas atividades, em qualquer nível, são uma distração ou uma obrigação, mas é a mesma coisa. Na Realidade, não há nenhuma obrigação. A lucidez, a transparência de que falo e de que tantos intervenientes falaram, é exatamente isso hoje. Fazer o que tem que ser feito, mas não se preocupar com o que tem que ser feito. Mas faça, enquanto puder, sem questionar. O importante, também aqui, é o seu ponto de vista no momento em que você tem que fazer algo.

Vocês devem estar plenamente Aqui e Agora nessa ação, mas ao mesmo tempo lúcidos, Aqui e Agora, sobre o que vocês são. É claro que o Comandante e outros falaram a vocês sobre vomitar a criação, vomitar o mundo, reabsorver a criação. Esses ainda são movimentos de energia. Esses ainda são movimentos da consciência. Mas o único Real é a ausência de consciência, o que é anterior à consciência, o que você é, e é essa lembrança que deve ser a mais importante no desenrolar da sua vida neste mundo.

...Silêncio…

Bidi: Podemos continuar.

Irmã: Bom dia, Bidi.

Bidi: Bom dia.

Irmã: Quando sinto a Luz descer sobre minha cabeça, minha cabeça esquenta e eu perco a noção das coisas…

Bidi: Espere, a luz descendo sobre a cabeça, é forte, e?

Irmã: ... e finalmente adormeço...

Bidi: Isso é muito bom.

Irmã: ... não é realmente um sono, é mais... é diferente de um sono e é como…

Você desaparece! E eu sempre disse, sempre, há mais de dez anos, que quando você desaparece, fico feliz porque você está no Real. Só um pequeno detalhe. Você diz que a Luz desce, no sonho, sim. Mas eu te lembro que você é a Luz e que você é anterior à Luz. Portanto, a Luz que desce também é você. E quando a intensidade vibracional ou a intensidade da Luz, seja ela percebida como uma descida na cabeça, através do corpo, seja ela ligada à Coroa Ascensionada, seja essa Luz ligada à Onda da Vida, não faz diferença. É você!

E essa pequena morte, como eu poderia chamá-la, é exatamente, em minúscula, em menor escala, o que corresponde à Estase. O Paraíso Branco, Sat Chit Ananda, toca você. É apenas você em outro momento. Vocês desaparecem de si mesmos. Claro, vocês podem chamar isso de dormir porque, como no sono, vocês não se lembram do que está acontecendo. E eu digo: “Bravo!” Quanto mais vocês dormem, entre parênteses, mais vocês são o que Vocês São.

Sempre usei a analogia do sono para falar da consciência Turiya, do sono profundo, não do sono com sonhos. Quando o mundo literalmente deixa de existir para você, é aí que você se sente em casa. Você não traz nenhuma lembrança desse sono profundo. Nunca! Da mesma forma, no que se refere ao chamado sono REM, não ao sono com sonhos. É muito mais do que um exemplo ou uma analogia, é uma sobreposição estrita.

Quando você me ouve e desaparece, você não está dormindo. Vocês se unem ao Que Vocês São. E, de fato, a intensidade da minha Presença e da sua Presença os leva à Ausência. É como se houvesse um curto-circuito. Esse curto-circuito os desconecta do personagem, os desconecta do corpo, os desconecta da consciência. E vocês reencontram o Estado Natural.

Irmã: Obrigada. É exatamente isso. É uma noção do Nada e da Não Existência.

Bidi: Então, eu digo a você: “Boa noite. Volte a dormir.”

(Risos)

...Silêncio…

Bidi: Também podemos brincar juntos, aqui e agora, dizendo: “A Luz desce”. Também podemos dizer que a Luz entra e sai do seu Coração. Também podemos dizer que você é apenas Luz. E podemos vivenciar isso aqui, ao mesmo tempo que minhas palavras.

Irmã: Pode-se dizer que somos anteriores à Luz também.

Bidi: Claro. Mas eu me baseio na manifestação. A primeira manifestação não é o Amor, é a Luz. A Luz, o Amor, desculpe, é o que sustenta os mundos e a Luz. O Amor é o que sustenta e apoia a Luz, assim como os mundos dos sonhos. Essa Luz branca é, como eu dizia, a Morada da Paz Suprema, o Paraíso Branco, Shantinilaya, a Morada da Paz Suprema, a Presença Última, a junção do Brahman com o Parabrahman.

São apenas palavras que estão coladas na mesma realidade.

...Silêncio...

Irmã: Bidi, ...

Bidi: Estou ouvindo.

Irmã: Você poderia nos conceder uma pequena pausa, por favor?

Bidi: Ah, se vocês precisam, com muito prazer.

Irmã: Tudo bem.

Bidi: Então, voltarei quando quiserem.

Digo a vocês: “Até daqui a pouco”. E obrigado por me ouvirem. Obrigado pela presença de vocês. Obrigado também pela Luz de vocês. E obrigado também pelo que vocês são.

Até mais tarde.

Todos: Obrigado, Bidi.


***


Transcrição do áudio: Equipe Agapè

Tradução: Alberto Cesar Freitas


Fonte da Imagem: 

https://www.facebook.com/groups/293893747352484/


Um comentário: